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Inflamação Sistêmica Crônica – como a fisioterapia pode ajudar

Na faculdade de fisioterapia, temos uma ideia do o que é uma inflamação aguda, mas nada nos é dito sobre a inflamação sistêmica crônica. Esta segunda precisa ser tratada e o fisioterapeuta é um dos profissionais indicados.

A inflamação é um processo caracterizado pela ativação de células imunes e não-imunes que são responsáveis pela nossa proteção contra bactérias, vírus, toxinas e infecções, que acontece através da eliminação dos patógenos, e da reparação e da recuperação tecidual.

Uma inflamação local se dá na presença do estímulo agressor e se resolve com sua ida. Porém, com a presença de certos gatilhos sociais, psicológicos, ambientais e biológicos, pode haver o desencadeamento da resposta exacerbada de outros componentes da inflamação, sendo agora denominada de inflamação sistêmica crônica de baixo grau (ISCBG). Tal processo pode acarretar na maior suscetibilidade a doenças, como as doenças cardiovasculares, a diabetes mellitus, o câncer e a doença renal crônica. Por outro lado, o processo inflamatório dependendo do momento, também é importantíssimo para a manutenção da vida, sendo assim necessária a compreensão entre os diferentes tipos de inflamação.

A Inflamação Aguda

A inflamação aguda (IA), no caso de uma infecção, é ativada através de padrões moleculares associados aos patógenos (PAMPs). Já quando trata-se de estresse celular ou de traumas, esse processo é desencadeado a partir de padrões moleculares associados ao dano (DAMPs). Em ambos os meios de ativação, tal processo tem duração rápida, persistindo por somente algumas horas ou pouquíssimos dias. Além disso, é de alto grau, e dispõem dentre as prováveis consequências que podem ser constatadas isoladamente, ou em conjunto: cura; remoção do agente desencadeador e reparação tecidual.

A inflamação aguda não precisa ser “tratada”. Seus sintomas incômodos podem ser aliviados com crioterapia, compressão e elevação do membro ou área acometida.

A Inflamação Sistêmica Crônica de Baixo Grau (ISCBG)

Ela é persistente, não durando somente algumas horas ou poucos dias, e não apresenta resolução rápida, mesmo após a remoção do fator expositor. Pode ser associada com o avançar da idade, tendo em vista que idosos apresentam superior nível de citocinas, quimiocinas e proteínas de fase aguda, além de genes envolvidos no processo.

Como consequência do processo, pode acarretar em danos colaterais aos tecidos e aos órgãos com o decorrer do tempo, e é silenciosa, ou seja, não há biomarcadores específicos que caracterizem a ISCBG. Dentre suas causas clínicas, há inúmeros gatilhos que podem levar ao quadro, nos quais confira abaixo com mais detalhes a sua influência no processo:

a) Infecção crônica: Infecções por citomegalovírus, vírus, hepatite C vírus e outros agentes infecciosos causam uma desregulação imune com exacerbação de células T CD8 e produção de mediadores pró-inflamatórios.

b) Estilo de vida, social e ambiente físico: Altos níveis de atividade física, dieta predominantemente composta por alimentos frescos e minimamente processados, menor exposição a poluentes ambientais, sono alinhado com o ritmo circadiano e inferior suscetibilidade a agentes estressores sociais como o trabalho, podem propiciar aumento da expectativa de vida.

c) Atividade física: A industrialização pode ter levado ao decréscimo da atividade física, assim, ao aumento da resistência anabólica devido a inutilização do músculo esquelético, no qual é um órgão endócrino capaz da contração muscular reduzir a inflamação, por meio das miocinas.

Além disso, o acúmulo de tecido adiposo visceral pode ser decorrente da inatividade física, que é um órgão endócrino gatilho da inflamação segundo a hipóxia com morte celular, geração de espécies reativas de oxigênio e DAMPs.

d) Disbiose do microbioma: A obesidade está ligada a alterações no microbioma, com maior permeabilidade paracelular intestinal e endotoxemia advinda do afrouxamento da barreira intestinal. Como causadores da disbiose, pode ser associada ao uso de antibióticos, anti-inflamatórios não-esteroidais, inibidores de prótons, falta de contato com animais e higiene excessiva.

e) Dieta: Pode alterar a composição e a função da microbiota intestinal, além da permeabilidade do intestino e de mudanças epigenéticas do sistema imune. Fatores dietéticos como alto nível de açúcares simples, gorduras saturadas e trans, deficiência de micronutrientes como zinco, magnésio e o ômega-3.

f) Mudança social e cultural: Estressores psicológicos e exposição a luz artificial, como alta demanda de trabalho e a luz azul dos aparelhos eletrônicos, podem disruptar os hormônios glicocorticóides.

Quando tais causas são verificadas ao longo dos anos, esse processo inflamatório crônico de baixo grau pode induzir a alterações metabólicas prejudiciais à saúde do indivíduo, como a síndrome metabólica, as doenças cardiovasculares, a diabetes mellitus, o câncer, a depressão, as doenças autoimunes, as doenças neurodegenerativas e dor.

Para o tratamento na fisioterapia integrativa, precisamos entrar com destoxificação, alimentação, exercícios, higiene do sono e recursos específicos como fitoterapia, nutrologia e fotobiomodulação.


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